Caramuru: a invenção de uma utopia brasileira

terça-feira, 14 de junho de 2011


Criado no ano de 2001, “Caramuru, a invenção do Brasil” é um filme sob a direção de Guel Arraes. Com uma duração de 88 min., o título do longa faz referência a história da colonização do Brasil. Deste participa um elenco com ninguém menos do que Selton Mello (Diogo Álvares, o Caramuru), Camila Pitanga (Paraguaçu), Deborah Secco (Moema), Débora Bloch (Isabelle).

Tomando como plano de fundo o “descobrimento do Brasil” em 1500 o filme retrata a história de Diogo Álvares, artista francês, que se envolveu em uma confusão na produção de mapas usados nas viagens de Pedro Álvares Cabral. No mesmo instante em que é contratado pelo cartógrafo do rei da França para ilustrá-los, Diogo é alvo das armadilhas de Isabelle, uma francesa, que em parceria com o Vasco Athayde (Luís Mello) tramam o roubo do mapa fazendo com que o jovem pintor seja deportado. Como era muito comum naquela época, a caravela de Vasco de Athayde naufraga, aonde por sorte ou ironia do destino chegam às sonhadas terras do Atlântico. Ao chegar às terras hoje conhecidas como Brasil, este vive uma história de amor com uma índia nativa, cujo nome é Paraguaçu.
Ao mesmo tempo, a irmã de Paraguaçu, Moema, se apaixona pelo mesmo, e ambos vivem um triângulo amoroso. Os três vivem em perfeita harmonia até o momento em que os franceses aportam nas terras do Novo Mundo, e condecora Diogo como rei da França. Loucas de amor, Moema e Paraguaçu enfrentam as ondas do mar atrás da caravela, entretanto apenas a segunda alcança. Ela e Diogo continuam sua história de amor, apesar dos impactos da cultura européia e indígena.
É um filme que conta de forma cômica uma dos retratos históricos desse país, mas que foi uma produção falha em não retratar o real choque cultural entre os colonizadores e os colonizados. A segunda cena exemplifica isso, o primeiro contato entre os personagens Diogo e Paraguaçu, mostra que não houve de fato uma confusão de compreensão de idiomas, já que ambos falavam línguas distintas.
Também temos como exemplo a questão da vestimenta, em que é visível que os índios viviam seminus ou nus não só por conta da cultura, mas também devido ao clima, em contrapartida os europeus usavam várias camadas de tecidos. No filme nota-se isso quando a marquesa Isabelle ensina a índia Paraguaçu como se portar diante da sociedade francesa, percebe-se certo estranhamento desta com relação ao modo de se vestir das mulheres francesas. Fazendo uma analogia, é notório que os colonizadores arruinaram com a real identidade indígena, considerando-os inferiores.

Grupo 01- filme "Caramuru"

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma resenha completa, com todos os termos técnicos bem colocados.Muito legal!!

william disse...

Obrigado, nosso objetivo é ajudar. Sempre que precisar pode dar uma passadinha por aqui. Quem sabe não acha o que procura.

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